No caso do Brasil, a construção da usina nuclear Angra 3, autorizada pelo governo Lula em junho de 2007, deverá envolver diretamente a Areva nos 30% de financiamento externo do projeto. A estatal francesa também participou da substituição de uma turbina geradora de vapor da usina Angra 1, que aconteceu em março deste ano. “O interesse da Areva, e, portanto, do governo francês nos programas nucleares de países em desenvolvimento como o Brasil é tanto político quanto econômico”, afirma Rebeca Lerer, da campanha de energia do Greenpeace no Brasil. “Qualquer governo que fechar negócio com a Areva vai, de fato, criar uma dependência tecnológica e comercial do estado francês que é provedor de assistência técnica, além de fabricar combustível nuclear”.
Para o Greenpeace, apostar em energia nuclear é um erro para os governantes que se comprometeram em reduzir emissões de gases de efeito estufa. Os altos custos e a falta de tempo, além dos riscos inerentes de segurança e a inexistência de solução definitiva para o lixo radioativo, são os principais obstáculos para que ocorra uma renascença da energia nuclear, ao contrário do que prega a Areva. Com o objetivo comercial de vender seus projetos nucleares ao redor do mundo, a Areva e o governo francês estão participando de um jogo caro e perigoso que desvia a atenção das soluções energéticas viáveis e renováveis que já estão disponíveis aqui e agora”, completa Rebeca Lerer
Na Espanha
Enquanto alguns países insistem em investir em energia nuclear, outros sofrem com a falta de segurança destas instalações. No último dia 5 de abril, o Greenpeace denunciou um vazamento de material radiativo ocorrido durante uma troca de combustível realizada em novembro de 2007 na usina nuclear de Asco I, localizada em Terragona, nordeste da Espanha. A população só foi oficialmente informada sobre o acidente após a denúncia do Greenpeace. Mais de 800 pessoas foram examinadas em busca de indícios de contaminação radioativa.
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