18 maio, 2008

Reunião com Calouros

Foi realizada na ultima quinta-feira no dia 15 de maio, a primeira reunião com os calouros da turma de 2008.1. Contamos com a presenças de 10 participantes e tambem novos mebros e lideres de sala.
Foi discutido:

1) Sobre as camisas (Finalidades e Custos)
2) Eneeamb
3) Melhora na relação professor X aluno
4) E um possivel Agendamento de uma visita Tecnica

Obs: Fotinho do reggae e não da reunião(rs)
Valeu galera por ter comparecido!
Bem vindos

04 maio, 2008

O mundo que queremos, é um mundo possível??



Muito tem se falado nas últimas décadas em ecologia, meio ambiente,
desenvolvimento sustentável, responsabilidade social, cidadania.
Pouco se tem dito sobre como e porque a relação da espécie humana entre si,
com as outras espécies e com a natureza chegou ao ponto de comprometer a própria
continuidade da vida na Terra.
Menos ainda se tem feito para a ampla compreensão da importância da
problemática socioambiental que nos aflige e de como ela interfere em nosso cotidiano.
A insuficiência da disseminação de informações sobre o conhecimento já existente, que pode ajudar cada um a contribuir, em sua atuação cotidiana, para a manutenção da vida com qualidade no Planeta, é alarmante.
O processo civilizatório implementado no Planeta pela espécie humana nos últimos 10 000 anos, instaurou uma verdadeira máquina de destruição que vem crescendo em progressão geométrica.
Foram marcados por uma visão antropocêntrica de mundo, pelo desconhecimento da condição ternária (indíviduo/comunidade/espécie) do ser humano e pelo rompimento de sua ligação com o Lar-Terra, com a Pacha-Mama, com Gaia...
Formamos uma sociedade predatória, excludente, competitiva, defensiva,
fragmentária, discriminatória, autoritária.
Sociedade, mesmo quando politicamente democrática, socialmente fascista e
ambientalmente irresponsável, onde se criam demandas fictícias que aumentam ininterruptamente o consumo, desconhecendo a capacidade de suporte e regeneração dos ecossistemas e a capacidade financeira da grande maioria dos seres humanos.
A procura incessante pelo acúmulo de riquezas materiais vem exaurindo os recursos naturais do Planeta sem, no entanto, melhorar as condições de vida de grande parte da população da Terra.
O domínio destas fontes de riqueza e a distribuição dos bens produzidos estão sob controle, cada vez mais acirrado, de pequenos grupos dominantes.
No hemisfério norte, países ricos desenvolvem ciência e tecnologia de ponta,
instruem e capacitam suas populações, cuidam de sua saúde, protegem sua produção e emprego, criando assim condições de prosseguir em sua trajetória de sucessos...
Do lado de fora, muitas vezes no mesmo lado do mundo, milhões, bilhões de seres humanos sonham com água limpa, um prato quente de comida, um remédio para aliviar a dor de dente, baixar a febre. Batem à porta dos ricos e ela está irremediavelmente fechada. Nos dois hemisférios.
Apesar de, a partir dos anos 50, já haver nas esferas governamental e científica, o conhecimento da gravidade das conseqüências que tal modelo de civilização estava trazendo ao Planeta como um todo, a destruição da natureza e a exclusão social prosseguiram ininterruptas.
A década de 60 traduz-se para o mundo como o berço da contracultura, de um novo arcabouço de princípios, onde os valores do nacional-desenvolvimentismo são severamente questionados. Movimentos de libertação nacional, de resistência, pacíficistas, naturalistas, de consumidores, de direitos humanos, de gênero e o ambientalista, colocam
na pauta universal, entre outros, os temas da injustiça social, da concentração econômica, da discriminação, da corrupção e da deterioração ambiental.
Nas décadas subseqüentes, paralelamente à ascensão dos regimes democráticos
em diversos países e ao aumento vertiginoso do número de organizações não governamentais, sindicatos, movimentos populares, o movimento ambientalista se organiza e seu discurso, embasado nas novas descobertas científicas, mobiliza a sociedade civil, especialmente nos países mais desenvolvidos e esta passa a exigir de governantes e empresas, medidas de
recuperação e conservação dos recursos naturais.
Conferências são realizadas, tratados estabelecidos, documentos globais
elaborados. Países assinam acordos de redução de emissões de poluentes, de conservação de florestas e da biodiversidade, de pesquisa de fontes de energia alternativa etc.
Populariza-se o conceito de desenvolvimento sustentável. Para dar concretude ao conceito, primeiramente cunhado por Lester Brown, surge então a noção do exercício da responsabilidade social das empresas.
Melhoram as técnicas de produção, minimizam-se os resíduos, sua disposição é mais cuidadosa, a reciclagem vira uma febre, tratam-se os efluentes, não se contrata mais mão de obra infantil, não mais se descrimina acintosamente as mulheres, os negros, os deficientes, as emissões de poluentes são controladas, compensações ambientais são estabelecidas pelos governos, surgem legislações mais severas, fiscalização mais eficiente, programas sociais de vulto são mantidos pelas grandes empresas, etc.etc.etc.
Mas não se toca no cerne da questão: a mudança do marco civilizatório, a construção de um novo paradigma.
Assim, ao mesmo tempo em que medidas mitigadoras e compensatórias se
alastram, o poder político do mundo continua estreitamente relacionado ao poder financeiro.
Os países ricos tornam-se cada vez mais ricos, aumenta o número de jovens
bilionários enquanto nos países pobres explode o número de miseráveis.
Nos países ricos de recursos naturais, governos, mesmo quando democráticos, estimulam seu uso intensivo como fator de geração de riquezas.
Nos países emergentes, a pós-modernidade, a tecno-ciência e a abundância
convivem, sem nenhum constrangimento, com as trevas da idade média, a ignorância, a fome, a doença.
E a destruição do Planeta prossegue apesar do “novo” modelo de desenvolvimento, dito sustentável, estar em grande evidência nos discursos de políticos, empresários e cientistas.
O centro de poder global prefere desconhecer e/ou minimizar o grito de alerta que a comunidade científica lança, no advento do século XXI: pela primeira vez em 15 bilhões de anos, a manutenção da vida na Terra está seriamente ameaçada!
Problemas como o aquecimento global, o comprometimento dos estoques de água doce, a destruição da biodiversidade, o desflorestamento, a chuva ácida, a contaminação dos solos e do lençol freático, aliadas ao agravamento do problema da exclusão social, da fome, da miséria e da violência desafiam a modernidade e põe em xeque o futuro de nossa caminhada, enquanto humanidade, nesta Terra.
A despeito de todas as evidências, alguns ainda se recusam a crer e prosseguem em sua jornada leviana, outros se sentindo impotentes cruzam os braços e apenas lamentam.
Faz-se necessário então um imenso esforço de todos nós, para que um número cada vez maior de pessoas re-conheçam o contexto em que estão inseridos, recuperem sua história, conheçam sua geografia, observem o funcionamento da teia da vida, percebam as estreitas conexões existentes entre as boas condições do ambiente, as boas condições sociais e boas condições econômicas, transformem-se em protagonistas de suas próprias histórias.
E juntem-se aos milhares, milhões de seres humanos, nos quatro cantos do mundo que procuram informações e conhecimento, se articulam em redes, se organizam coletivamente, formam verdadeiras comunidades de aprendizagem e buscam construir em silêncio, anonimamente, um novo paradigma, um outro modelo de civilização.
Um paradigma alicerçado em uma visão de mundo sistêmica, onde o respeito à diversidade e a todas as formas de vida e a solidariedade, são os fios condutores de ações concretas de transformação do “pedaço”, do bairro, da cidade, do estado, do país, do mundo...
Um novo mundo que convive lado a lado com o outro, velho e poderoso, procurando minar seus alicerces, conquistar cada um de seus artífices, roubar-lhe os soldados, converter seus mentores e mantenedores...

Miriam Duailibi (Educadora Ambiental)