18 setembro, 2012

Um pouco de história...


 Sacrifício Bishnoi
Por Bhavya Vachhani
Tradução Everton Souza

Bishnois são grandes amantes de animais selvagens. Por causa de sua proteção nas áreas de domínio Bishnoi, muitos animais como antílopes e gazelas indianas são vistos pastando em suas terras devido ao fato de que o Estado de Rajasthan, onde a maioria Bishnoi vive, enfreta uma severa escassez de água.
Ilustração: Amrita Devi defendendo árvore
Por volta de dois séculos atrás, o Rei de Jodhpur requereu certa quantidade de madeira para a construção de seu novo palácio. Então, o rei enviou seus soldados para cortar árvores numa região próxima de Khejarli, na aldeia onde havia o maior número de árvores.
Uma das mulheres da aldeia, Amrita Devi veio a saber sobre a ordem do rei e correu para o sítio. Chegando lá, Amrita enfrentou os soldados tentando impedir que eles cortassem aquelas árvores.
A malevolente legião real disse então a ela que se fosse para eles pouparem as árvores, ela teria que dar a eles dinheiro como suborno. Ela recusou a admitir tal proposta e disse a eles que ela consideraria aquilo como um ato de ignomínia e insulto a sua fé religiosa. Ela disse que preferia dar sua vida para salvar as árvores verdes. E então, ela abraçou uma árvore e disse que a protegeria até seu último suspiro de vida.
Os machados, que foram trazidos para cortar as árvores, deceparam sua cabeça de seu tronco. As três filhas de Amrita também vieram a saber da ordem do rei, e fizeram o mesmo que sua mãe. Mas elas também foram decapitadas.
Os Bishnois
As notícias se espalharam como um relâmpago. Os Bishnois se reuniram e convocaram 83 aldeias Bishnoi para virem e decidirem qual seria o próximo passo. Desde que o extremo sacrifício feito por aquelas quatro mulheres não tinha satisfeito o esquadrão real, e o desmatamento de árvores estava contínuo, foi decidido que para cada árvore verde cortada, um voluntário Bishnoi sacrificaria sua vida.
No começo, as pessoas mais velhas voluntariamente começaram a abraçar as árvores a serem cortadas. Logo, jovens homens, mulheres, inclusive aquelas recentemente casadas, e crianças estavam sacrificando suas vidas de maneira semelhante. 363 Bishnois entregaram suas vidas. A aldeia ficou em silêncio.
Os soldados retornaram por ordem do rei. O rei, então, estava chocado e horrorizado pelo seu erro. Buscando honrar a coragem da comunidade Bishnoi, o regente de Jodhpur, Maharaja Abhay Singh, desculpou-se pelo erro cometido por seus oficiais e publicou um decreto real, gravado em uma placa de cobre, ordenando o seguinte:
1) Todo corte de árvores verdes e caça de animais dentro dos limites das aldeias Bishnoi estava estritamente proibido.
2) Foi também ordenado que se por engano algum indivíduo violar tal ordem, ele seria processado pelo Estado e sujeito a uma pena severa.
3) Mesmo os membros da família governante não poderiam atirar nos animais dentro ou mesmo próximo das aldeis Bishnoi.
Embora os Bishnois tenham pagado um grande preço para salvar algumas árvores, este incidente inspirou, e continuará inspirando muitas pessoas a lutar e proteger as árvores e a vida selvagem.
Todo ano, em Setembro, os Bishnois se reúnem lá para comemorar o extremo sacrifício feito pelo seu povo para preservar sua fé e religião.

14 setembro, 2012

AVISO IMPORTANTE aos estudantes do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental


Prezado estudante do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental,
Na assembleia dos docentes realizada manha de hoje foi aprovado o encerramento da greve a partir de hoje, o retorno das atividades no dia 17 e indicação do retorno das aulas no próximo dia 24. A razão da assembleia ter recomendado o retorno das aulas para o dia 24, uma semana depois do retorno as atividades, foi permitir uma participação mais abrangente nas discussões referentes ao novo calendário.
Considerando que a responsabilidade pela construção da universidade deve ser partilhada igualmente entre docentes, discentes e servidores administrativos, e, em especial, em respeito aos alunos que serão diretamente alcançados pelo novo calendário, o colegiado do Curso de Engenharia Sanitária e Ambiental convoca todos os estudantes deste curso para uma reunião na próxima terça-feira (18/09), às 14 horas nas dependências do PAI.
Esperando vê-los para tratarmos das propostas para o novo calendário acadêmico e temas de grande interesse para o nosso curso.
Atenciosamente,
Jaildo Santos Pereira
Coordenador do ESA

05 setembro, 2012

Paralisação de Belo Monte atingirá também condicionantes, diz Norte Energia


Pedro Peduzzi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As condicionantes previstas para compensar os impactos negativos causados pela construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte também deverão ser paralisadas a partir do momento em que a Norte Energia, empresa responsável pela obra e operação da usina, for notificada oficialmente da decisão da Justiça.
Este é o entendimento da empresa, segundo o presidente, Duílio Diniz de Figueiredo. De acordo com ele, a situação é “preocupante”, já que para a obra ser retomada será necessário, além de ações do Legislativo, a aprovação da plenária do Supremo Tribunal Federal (STF), que está envolvido, pelo menos até meados de setembro com o julgamento do mensalão.
“Ainda não fomos notificados pela Justiça, mas pelo colocado, a paralisação [da obra] não é parcial, e abrangerá também as condicionantes que estão sendo cumpridas”, disse Figueiredo. Segundo ele, para cumprir o que foi determinado pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1) – e não ter de pagar os R$ 500 mil de multa diária, caso a obra não seja paralisada – a empresa não poderá dar sequência às obras de infraestrutura, como o lixão que está sendo construído em Altamira (PA) e as obras de saneamento na cidade.
“Além disso, teremos de fechar os refeitórios onde entre 12 e 13 mil funcionários se alimentam. O problema é que Altamira não terá a menor condição de receber esse pessoal”, disse o presidente da empresa. “Essa decisão do TRF1 não é contra a Norte Energia, mas contra a Eletrobras, Eletronorte, Funai [Fundação Nacional do Índio] e Ibama [ Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis]. É o reflexo dela que recai sobre a Norte Energia”, acrescentou.
A empresa não tem, até o momento, nenhuma estimativa sobre o prejuízo diário provocado pela paralisação. “O que podemos dizer é que cada dia paralisado representará um dia a menos de energia para 27 empresas em 17 estados, mas até o momento estamos dentro do cronograma previsto.”
Segundo ele, não há ainda uma definição sobre a quem caberá arcar com o prejuízo – se será a própria Norte Energia, o Consórcio Construtor Belo Monte (CCBM) ou qualquer parte que, por ventura, venha a ser considerada a causadora do prejuízo. “Aguardamos a notificação e os documentos para, em um segundo momento, fazermos um plano de desmobilização, que detalhará o tamanho do prejuízo, e, então, estabelecer nossa estratégia [jurídica]. Há, sim, a possibilidade de jogarmos o prejuízo para aquele que o causou.”
Figueiredo garante que, ao contrário do que foi argumentado pelo TRF1, a empresa cumpriu todos os requisitos para dar início às obras. “Estamos legais, constitucionais e fazendo tudo o que se estabelece dentro da legislação brasileira. Durante dois anos, fizemos 38 reuniões com índios de 24 terras indígenas. Foram feitas, ainda, quatro audiências públicas [nas cidades paraenses de Belém, Altamira, Brasil Novo e Vitória do Xingu] que ouviram 8 mil pessoas. Só em Altamira participaram 5 mil pessoas. Entre elas, 200 lideranças indígenas”, argumentou o presidente da empresa.
“O problema é que esse é um projeto que tem uma aura bonita [atraente] para algumas organizações não governamentais que acabam plantando notícias na imprensa. Até hoje, elas insistem que a obra vai atingir terras indígenas. Isso é falso. Já deixamos bem claro que, ao contrário do que é divulgado por essas entidades, o empreendimento não afetará sequer 1 metro quadrado de terra indígena.”
Figueiredo, no entanto, admite que o embarramento da usina causará impactos negativos para a mobilidade dos índios no Rio Xingu. “Por isso, estamos dando atenção especial à questão da transposição de embarcações [já que a vazão do rio será diminuída com a obra]. Esse problema será solucionado com um sistema de elevação de pequenos e médios barcos, de até 30 passageiros, que é o tipo de embarcação que circula por lá, uma vez que o Rio Xingu não é um rio 100% navegável.”
A Quinta Turma do TRF1 determinou, no início da semana, a paralisação das obras de Belo Monte, ao identificar ilegalidades em duas etapas do processo de autorização da obra, uma no STF e outra no Congresso Nacional.